29.4.11


Perde-te do nome, como eu estou a fazer, chama-te meu vá. O fim vem-nos buscar, deita-te em mim, meu amor. Descobre onde estás e dá-me o vento. Vamos adiar a noite porque sem ti não há lua. Eu não sei começar a morrer. Foi o que escrevi no mundo, nos teus olhos. Só temos tempo. Apesar de escasso, é nosso. As palavras estão-me coladas na alma , porra não consigo dizer-te o Tamanho . Vamos beber aqueles olhares outra vez, vamos escrever no céu. Atira o meu nome ao vento, dá-me o vento outra vez, fá-lo chegar a mim e ouvir-te. Faz-me ter vida, anda -

23.4.11

Conta-me o que vês, não me contes a verdade

22.4.11

''Amor, essa palavra que me mata, me corta (como uma faca), me deixa no chão, como um cão, nu sem  sossego, como o prazer que te nego. Dor, cativa, privada, bruma que te cobre o corpo de fada, sonho, distante na mente e de repente, saber que se esta só. É duro, é puro o futuro, sempre presente como o céu na tua frente. Pintado, queimado, vazio assumido um corpo triste despido e uma mão que se estende, depende de quem vier e é mesmo assim que se quer. Longe ou perto, tudo é deserto. Tudo é montanha que te arranha a alma com fúria, com calma. É preciso ter calma. Não dar o corpo pela alma. Vês o passado dorido, ferido, agora tudo te é querido. Memória, vitória, não é esta a tua história. Voou a tua vida, perdida,
por entre os braços da SIDA. Mentira, roubada, pesada, uma seringa trocada, um prazer que agora é nada. Perdoa se não sei que fazer, Mas sei que deve doer, dá-me o teu olhar e eu dou-te o meu amor, e o beijo urgente, premente, esperança que não dorme, conforme, e dita o eu estar aqui. Amanhã, sei lá, para já o som da guitarra que me agarra, me prende, me solta, e a ti dá-te a volta, ao sorriso, tem calma... Juízo, não tenho medo, não temo só tremo de pensar... mas não penso, e tenso te faço viajar com a voz. Lembro Novembro passado quando os dias eram curtos e as noites de fado, rasgado, cantado, sentido. No Deus que criamos aprendemos a viver, de cor, meu amor, e agora é hora, tudo fica por fazer, quero-te dizer mais uma vez que te amo, talvez, te quero, te espero e desespero por ti, e que isso só por si me chega pra viver, mesmo quando só houver... silêncio... imenso, e dor, e pior, meu amor, a lembrança que descansa os olhos teus nos meus... Adeus.''
Dois corpos embrulhados na massa espessa do vazio. Duas peles viciadas uma na outra com carência de algo comum. O suor dos dois corpos misturado que dança nesse palco a que chamam desejo. Dois bafos que procuram sol, o sol um do outro. Mãos húmidas sem destino. Um cheiro terrível a vácuo. Uma música que procura ouvido. Um fumo faminto de silêncio. Duas almas perdidas que se desencaixam num quarto desocupado. Sons que vasculham horizonte. Olhos que procuram caçar olhos. Cores que gritam amor. A dimensão do vazio. A solidão instala-se e uma palavra soa ao mesmo tempo de dois corações perdidos : és meu, coração
-É essa a tua força, uma força maligna que investiga os meus limites.
-Sabes o limite da camada que separa a minha pele de mim ? O meu ponto extremo ? É nessa fronteira que nada o nosso amor. Sempre. Mesmo quando me queres matar. Mesmo quando te apetece arrancar-me os restos de vida que me deixas-te por dó. Mesmo quando o nosso suor se mistura ao ponto de não sabermos a quem pertence. Mesmo até quando escrevemos o nosso nome no céu- adoro quando me escreves o nome no céu, cheiram tão bem os teus dedos a escrever o meu nome.- Nada em mim sempre que tu existes.
-Estou perdida nessa borda. Agora habito no teu sangue e sangro contigo. Agora estou perdida em ti. Confiscaste-me a alma nesse teu limite merdoso. Agora traz-me de volta, anjinho !
''É de olhos abertos que te encontro- nos buracos de silêncio da minha casa, nos interstícios das multidões de fim de tarde, no bafo sobre os vidros, quando o frio esmaga a noite.''

21.4.11


-Flores. Nunca me ofereceste flores. Nao te perdoo.
-E tu? Nunca me ofereceste o teu coraçao. Devia perdoar-te?
-Alguma vez mo pediste?

20.4.11

Apetece-me beber do teu amor numa chávena enraizada do sol que preciso. E levar-te comigo ao mais intimo de mim. Numa espécie de viagem animada á minha alma. Só para deixares de me julgar pelo que tens visto. Apesar de te ter uma consideração penosa tenho vontade de te matar as palavras na garganta que quase me sufoca a mim também. Grrrrrrr irrita-me tanto essa tua mania de julgar todos os humanos iguais-já tiraste algum dia para me levares frente ao rio ? Para me baralhares os papeis envidraçados cortantes soltos com lágrimas dissolvidas. Mágoas que ainda me atormentam indirectamente mas que levam a muitas atitudes mal entendidas . Alguma vez te perguntas-te o porque das cartas em branco? São essas as que mais dizem, e tu...Tu nem sabes porque !- Acho que te matava outra vez. E agora outra e mais outra . Beija-me fdp !
Até agora caía de amores , agora caio aos bocados .

18.4.11

Não estou com paciência para o típico calor sentimental. O teu preço? Não é o melhor dia para me perguntares mas não nego que seja, de facto um abuso. E daqueles grandes. Nem hoje sou capaz de desvalorizar este vento que dança entre nós. Faz-me bem á alma. E eu tenho orgulho, tenho muito orgulho dele, é dos selvagens, mesmo á minha medida. Logo hoje. Hoje era capaz de matar. Nunca o vento magnifico que me sufoca todas as noites, esse NUNCA, mas a ti. Matava-te a ti. És tu que matas o vento mesmo como estou hoje, fria. Acho que assim o meu vento morria comigo, frio como eu estou hoje. E pagava para te matar. Nunca a ninguém que o fizesse por mim, estupidez. Alugava-te o corpo por esta noite e perdia-te o físico esplêndido no limite vida/morte. Deixava-te a balançar nesse limite amoroso. Não ia suportar a ideia de viver sem ti a destruir-me os sonhos. Por isso não te deixava cair. No limite era perfeito. E visitava-te quando quisesse, quando tivesse sonhos novos por desembrulhar. E levava-te flores vivas, para te sentires como eu. Morta com vidas lindíssimas a espalharem esse cheiro a merda, esse cheiro a vida. Como uma criança faminta que passa por algodão doce. É o que me fazes. Adoro quando me destróis os sonhos. Porque nunca ninguém ousou faze-lo. Admiro-te taaaanto por isso, fazes sempre o que nunca ninguém me fez, sabes bem que isso me desafia e também sabes bem que isso é muiiiiiiiiiiiiiiiiiito bom. Elevam-te de uma maneira quase irónica. E és tão superior, pelo menos ao resto da raça. Pagava o que fosse preciso para te matar. Pois,se calhar estou maluca. E adoro quando adormeces, quando me destróis sonhos. Matava-te agora mesmo.
- Se me amas porque é que gostavas de me matar ?
- Era preciso ter a força, quase como a que tenho hoje. Uma força fria, gelada. Por isso pagava, pagava o que fosse preciso para matar. E rápido. Uma força bem maior que eu para conseguir matar-me a mim também. Eu ia contigo, meu amor .

*E hoje estou fria, estou tão fria. Um dia de Verão íntimo escrevo-te uma carta quente, uma carta em que conte nuvem a nuvem o quanto me destróis. Adoro quando me destróis.

5.4.11

Estou neutra. Porra! Estou tão neutra...

3.4.11

''Eu só queria ver de que material era feito o teu amor por mim. Precisava de escangalhar o teu coração para o fazer encaixar no meu ''
''Gritam que já nada posso por ti, por mim, pelas horas que nos esquecemos de viver''
Alguma vez te dei o meu coração ? Alguma vez mo pediste?