24.7.11

Nem sei bem que foi isto, vento talvez. Porque me fugiste assim dos braços ? Não percebi poqrue é que me viraste costas outra vez mas tu nunca vais ter a noçao do cheiro que me deixaste nos labios. Ja tenho saudades tuas. Como é que cresceste tanto ? Nao consegui perceber. Ainda estas tao pertinho, ainda estou tao quente. Deixas sempre um rasto de fumo verde clarinho que me convida o desejo a cheirar a musica desses teus/meus olhos. Volta e fica, sempre. Gosto tanto de quando me destrois os sonhos e hoje correu-te tao bem . Jogaste tao a tua maneira. Evaporaste-me da pele para me fazer sentir-te longe. Foste embora outra vez-

5.7.11

Deixa-te de lado meu Rei, tu és frio, sobe a mim que está quente. Fica comigo e eu levo-te ao nosso rio verde mais uma vez. Vem depressa, corre com toda a força que me mostras-te . Vem tornar as manhã cheirosas com antes, respira-me bem perto como sabes como ninguém. Juro que és enorme *
Acordo. Mato mais um bocadinho de céu ao inspirar tanto do calor do Sol. Assaltas-me os olhos mentais, quase me assusto. Nunca me foges. Lembro-me do céu que nada entre nós, o céu que eu comando. Lembro-me da cor das horas, que nunca passavam contigo. Meio-dia. Passeio no chão da nossa cidade e vou distribuindo a morte em doses disfarçada de simpatia. Volta otário! O negro das horas sem ti quase me dói. Passei a ser constituída por ninguém e nuvens, juntos, numa espécie de ponte que só chega a ti.
Hoje senti o teu perfume, deu-me uma vontade tão grande de te procurar, de te voltar a abraçar com toda a força. Juro que estive prestes prestes a gritar um insulto para te chamar, como de costume. Estou longe, estou tão longe. E tu igual, tão longe. Ohh anjo-mau e os compromissos que fizeste com o meu coração ? Disseste-lhe uma vez que nunca me ias deixar assim. E deixaste. Mentiste tantas vezes, durante tanto tempo, de uma maneira tão singular. E eu acreditava, sempree. Nunca duvidei de ti, sabes ?Nunca ! E tu deixas o meu coração vazio outra vez, já é uma constante em nós. Gosto tanto quando me destróis os sonhos, já te disse ? Tinha planos. Destruíste tudo outra vez. Um dia pensei em confessar-te ao ouvido um segredo brilhante mas tu fugiste, anjo-mau, então falei ao vento pra tu ouvires :
- Ao teu lado nunca tenho medo, meu amor, nunca me fujas!
Mas mais uma vez, destruíste-me. A mim e ao meu chão.
Ainda te sinto perto, tão perto. Bem junto do meu peito, a soprar as cores mais cheirosas que senti. Estás tu, do meu lado a sorrir-me, como sempre. O vento rompe-nos as peles, até agora coladas. Os meus olhos estão dentro dos teus já há algum tempo. Estás aqui, comigo. Mas tenho saudades, tantas saudades! O teu perfume ainda dança dentro de mim, como numa sala vazia. O meu coração está de tal forma agarrado ao teu que já não consigo destingir qual deles me pertence. Os dois claro. O teu mais. O meu voou há coisa de seis meses e até agora não deu sinais de vida. Corre mais uma vez, perdemos tanto tempo meu amor. Agarra todas as flores do mundo e leva-me perto do nosso rio. Sabes que guardo os corações que me deste ? Lembraste dessas flores? São as únicas que guardo. Perderam o perfume, estão secas e ressequidas, estão sem cor . São um esquema do meu nome. Estamos em sintonia, sabes ? Eu e as flores que me deste-dizias que eram corações- somos carne de carne, inseparáveis como os nossos corações.