18.4.11

Não estou com paciência para o típico calor sentimental. O teu preço? Não é o melhor dia para me perguntares mas não nego que seja, de facto um abuso. E daqueles grandes. Nem hoje sou capaz de desvalorizar este vento que dança entre nós. Faz-me bem á alma. E eu tenho orgulho, tenho muito orgulho dele, é dos selvagens, mesmo á minha medida. Logo hoje. Hoje era capaz de matar. Nunca o vento magnifico que me sufoca todas as noites, esse NUNCA, mas a ti. Matava-te a ti. És tu que matas o vento mesmo como estou hoje, fria. Acho que assim o meu vento morria comigo, frio como eu estou hoje. E pagava para te matar. Nunca a ninguém que o fizesse por mim, estupidez. Alugava-te o corpo por esta noite e perdia-te o físico esplêndido no limite vida/morte. Deixava-te a balançar nesse limite amoroso. Não ia suportar a ideia de viver sem ti a destruir-me os sonhos. Por isso não te deixava cair. No limite era perfeito. E visitava-te quando quisesse, quando tivesse sonhos novos por desembrulhar. E levava-te flores vivas, para te sentires como eu. Morta com vidas lindíssimas a espalharem esse cheiro a merda, esse cheiro a vida. Como uma criança faminta que passa por algodão doce. É o que me fazes. Adoro quando me destróis os sonhos. Porque nunca ninguém ousou faze-lo. Admiro-te taaaanto por isso, fazes sempre o que nunca ninguém me fez, sabes bem que isso me desafia e também sabes bem que isso é muiiiiiiiiiiiiiiiiiito bom. Elevam-te de uma maneira quase irónica. E és tão superior, pelo menos ao resto da raça. Pagava o que fosse preciso para te matar. Pois,se calhar estou maluca. E adoro quando adormeces, quando me destróis sonhos. Matava-te agora mesmo.
- Se me amas porque é que gostavas de me matar ?
- Era preciso ter a força, quase como a que tenho hoje. Uma força fria, gelada. Por isso pagava, pagava o que fosse preciso para matar. E rápido. Uma força bem maior que eu para conseguir matar-me a mim também. Eu ia contigo, meu amor .

*E hoje estou fria, estou tão fria. Um dia de Verão íntimo escrevo-te uma carta quente, uma carta em que conte nuvem a nuvem o quanto me destróis. Adoro quando me destróis.

3 comentários:

  1. ohhh Vânia linda, isto está magnifico! Acho que no outro dia passei por ti em Viana, quis dizer-te ola mas não olhaste para mim.

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  2. Há fases assim, em que nada é capaz de nos encher a alma. Oh Vânia, estás sempre cá tu a deixar-me de peito a fervilhar. Toda tu, doce.

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  3. Já faltou mais, já faltou muito mais. Ohhh, até já sinto saudades.

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