22.4.11

''Amor, essa palavra que me mata, me corta (como uma faca), me deixa no chão, como um cão, nu sem  sossego, como o prazer que te nego. Dor, cativa, privada, bruma que te cobre o corpo de fada, sonho, distante na mente e de repente, saber que se esta só. É duro, é puro o futuro, sempre presente como o céu na tua frente. Pintado, queimado, vazio assumido um corpo triste despido e uma mão que se estende, depende de quem vier e é mesmo assim que se quer. Longe ou perto, tudo é deserto. Tudo é montanha que te arranha a alma com fúria, com calma. É preciso ter calma. Não dar o corpo pela alma. Vês o passado dorido, ferido, agora tudo te é querido. Memória, vitória, não é esta a tua história. Voou a tua vida, perdida,
por entre os braços da SIDA. Mentira, roubada, pesada, uma seringa trocada, um prazer que agora é nada. Perdoa se não sei que fazer, Mas sei que deve doer, dá-me o teu olhar e eu dou-te o meu amor, e o beijo urgente, premente, esperança que não dorme, conforme, e dita o eu estar aqui. Amanhã, sei lá, para já o som da guitarra que me agarra, me prende, me solta, e a ti dá-te a volta, ao sorriso, tem calma... Juízo, não tenho medo, não temo só tremo de pensar... mas não penso, e tenso te faço viajar com a voz. Lembro Novembro passado quando os dias eram curtos e as noites de fado, rasgado, cantado, sentido. No Deus que criamos aprendemos a viver, de cor, meu amor, e agora é hora, tudo fica por fazer, quero-te dizer mais uma vez que te amo, talvez, te quero, te espero e desespero por ti, e que isso só por si me chega pra viver, mesmo quando só houver... silêncio... imenso, e dor, e pior, meu amor, a lembrança que descansa os olhos teus nos meus... Adeus.''

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