Tudo o que tinha sem ser tu caíu de mim. Nadam no chão, não sei deles. Só sei de ti. Sei que me fazes tão de mel. Não sei se é bom. Mas sei que não é mau. Pelo menos tenho nuvens na alma que me vão suavizando. E adoro quando trago pedacinhos do teu perfume no pescoço, ohhh. E adoro os nossos corações a bater juntos, peito no peito. E adoro ver o céu contigo. És luz. Brilho tanto, mas o brilho és tu. Dá cabo do frio, anjinho. Vai buscar o Verão. Desencanta cada pedacinho de flores mortas que me restam. Inventa uma lua pra me aquecer. Arde muitas noites dentro de mim e beija-me de manhã. Estou oca, vazia. Mas tenho-te a ti. E tu fazes-me brilhar. Mas não sei de mim e tu vais encontrar-me. E quando a noite acabar vais-me avisar. E eu vou estar aqui, vou estar sempre aqui pra te dizer que és lindo, anjinho. Fica por perto.
17.1.12
3.1.12
Tenho tanto medo que me voltes a perder, anjinho. Hoje tens um rosto diferente, consegui mudar-te de perfume e o nome, és outro anjinho mas continuas a ser mau. E vou continuar a chamar-te anjo-mau. Tão pouco tempo, é estranho, nem é de mim, tão rápido. Não deu tempo pra encontrar defeitos, acredito que seja essa a principal razão de eu já gostar tanto do teu cheirinho matinal. Pouco tempo. Mas fico tão nas nuvens quando leio o teu nome. Mas também custa tanto não cederes. E tu és lindo, és mesmo! Estou a boiar num mar de certezas e cores borradas por nós em vez de nadarmos de mão dada, estou um bocado a toa por não conseguir encontrar os buracos feios e escuros que eu gosto tanto de escrever. Não sei porque é que tenho medo, não sei porque é que o meu buraquinho no peito ainda não fechou, não compreendo porque é que não é o teu nome que se escreve no céu dos meus olhos quando acordo, não entendo porque é que não és tu o brilhozinho no verde molhado do meu ritmo cardíaco. Escolhi o anjinho errado ? Não és mau ? Ou não és anjo ? Enganei-me no volume espesso do teu corpo ? Confundi-te com um aglomerado de nuvens ? Não há mesmo a ponte entre nós pois não ? Acho que ainda não me encontrei, desde a ultima vez que me mataste. Acho que é por isso que me enganei desta vez no anjinho, a minha capacidade de escolha ficou contigo. Devolve-me, por favor*
Apareceste-me caído do céu ou de onde raio tu vieste e já passou uma semana desde que me perdi. Perdi-me e desta vez já nem oiço o frio da minha alma, deixei-me contigo. Fiquei sozinha, sinto-o nas veias que ainda se esforçam por tremer de noite com muita força. Sinto que voltaste a virar-me as costas, as minhas costas. Sinto-te tão longe. Uma espécie de bala mas forte, como nunca tinha sentido, o teu corte gelado trespassou-me de verdade o coração, fiquei sem ar e tu desfilaste sereno, como sempre. Já sabias. Tentei mesmo erguer-me mas tu tens tanta força, anjo-mau. Tenho medo, pela primeira vez tenho medo, e tenho muito medo.
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