7.3.12

Ás vezes custa rodopiar enfeitada de vento a tua frente e ver que os teus cabelos não voam como antes. O rio que nos separa está a congelar, tão longe. E tu fazes os possíveis para me roubar a noite e atrasar a chegada da nossa lua. Instalas-te dentro da minha cabeça e brincas as escondidas com os meus olhos, sei que estás mas nunca te vejo. Sinto-te a presença porque me faltas, sinto falta diria melhor. E para sentir falta já estiveste e como tenho a certeza que vais voltar a estar saltas nas inconstantes.. E pintas a lua. Pintas a noite com o teu perfume que deambula no meu quarto enquanto durmo de forma a acordar sempre com uma lágrima que não sei bem de onde vem mas que se limita a percorrer o meu peito, sem este a sentir, voa na minha pele como tu fazias, é por isso que digo que és tu. És sempre tu, anjinho. E já sei que nunca vais voltar a dizer-me que não fui o motivo pelo qual deixaste o sangue mau que te atormentava á tanto tempo. Porque sabes que eu já não quero saber de que cor queres pintar o céu. Porque o meu suporte é o chão. E quando quiseres pinta-lo eu vou correr para o mar e nadar nas promessas que nos esqueçemos de cumprir de modo a nunca te pisar a ti ou as tuas cores, de modo a não te tocar nem nos atos, de modo a que nunca me voltes a chegar mascarado de seja o que for. E tu sabes que eu não quero saber. É por isso que dizes ao teu coração que desististe. Ele é igual a mim. Não acreditamos! Porque o meu vento causa temporais dentro do teu peito como nas noites em que a sintonia nos tinha na mão e nos obrigava a sonhar um com o outro. 

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