28.11.11

Sou eu. Eu a deixar-me puxar por um arrepio gelado. Sinto as pernas a vibrar, como um vento sólido com o objectivo de me derrubar, uma espécie de força compacta que nada robusta debaixo de mim. Tenho o sabor de mil vidas trincadas e trituradas dentro da boca, uma espécie de revolução meia bizarra que se esbarra contra a saliva que já foi tua, tantas vezes. O meu coração, esse nem o sinto de tão impaciente. Também ele se mascara agora de vento, mas um vento frio que me faz respirar muito rápido numa tentativa falhada de me aquecer, não só o físico.Tenho um zumbido tão negro nos ouvidos, quase embaciado, só ouço o abstracto, o não real, de forma a ouvir todos os frutos da minha imaginação como presentes-a voz. Cheira a saudade, a momentos desperdiçados, a sangue insosso, a lágrimas amargas, cheira a uma beleza tão clara e precisa. Há tanta contradição junto da minha pele gelada, quase não se lêem. Os meus olhos estão cheios, completos-estás perto.
Nunca te soube ler a chegada, anjo-mau. Tens que chegar muitas vezes juntinho de mim e do meu coração, ele sente a tua falta, sente muito a falta do teu coração, mas não lhe digas nada que ele é meio orgulhoso. Até logo,minha ferida cheirosa *

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