7.11.11

Andamos trocados. Tenho demasiados pedaçinhos perdidos numa sala com nada que não sei bem se é minha. Tu estás demasiado vazio . Nunca soube dar-te o que precisavas. Fui arrancando manchas de ti que agora estão comigo, sempre. E tu ficaste sem ti. E sempre que tropeço nalgum pedaçinho vem-me o sabor de amor aos lábios -mesmo quando estavas comigo, lábios com lábios tinha sede de ti e dos teus sopros- são cada vez mais pedaçinhos, pedaçinhos de lembranças que se vão multiplicando. Já me disseram que um dia não cabem mais pedaçinhos porque tenho um coração muito pequeno. Acredito que até lá voltes, minha nuvem predilecta. Quero voltar a percorrer as ruas da nossa cidade com o sabor a amor na minha saliva, quero sentir-me mais quente que o sol e mais leve e solta que o mar, outra vez. Quero muito. E tu também queres os teus pedaçinhos de volta, anjo-mau. Sempre adoraste a cor da mistura dos dois vermelhos. Sei que ainda tens uns pedacinhos escondidos debaixo da almofada. É uma espécie de alimento para a alma. Nós é que perdemos sempre a melhor parte, quando dormimos e ela nos foge. A minha alma ainda te visita ás vezes, sabias ? O vermelho que me chega de manhãzinha é tão teu. Acho que a minha alma anda cansada, leva tantos pedaçinhos e corre tanto para te beijar. Tens que correr para aqui. Eu devolvo-te os pedaçinhos. Rápido

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