21.3.11

 Apetece-me um beijo. Aquela emoção só nossa. Aquela música e aquele frio desgraçado. Aqueles olhos desgastados e essa saliva meia turista, meia perdida. Apetece-me sonhar com aquele enlace de olhares, aquele contacto tão febril de prazer. Estou a desejar o teu corpo com todos os meus poros. Estou a suplicar uma surpresa, uma espera tua. Estou a ansiar um toque, aquele toque suave que só tu sabes revolucionar. Revolucionar-me na alma, no corpo, na palpitação. Estou a gritar com quanto tenho as tuas mãos a envolverem-me a cintura e esses perfumes sem nome a correrem-me a pele. Isso, quero desgastar a minha pele na tua até o próprio conceito não fazer sentido. Quero morrer sem fôlego, com falta de ar. Quero morrer com devaneios a matarem-me a garganta. Estou a exigir um contacto quente e não-platónico. Estou a arrancar-me as palavras que não queriam sair, estou a trair-me, sim. Estou a cair aos teus pés, mas não te acomodes que não vai durar muito. Dura até desvanecer, até me chegares perto, até me sufocares com esse cheiro. Esse cheiro que me decapita o espírito crítico. Mata-o com uma pinta desgraçada. Mas só ao sentido crítico, a minha razão ao opinar-te o senso, porque de resto vais precisar de muito suor e sangue. Vida. Vidas humanas até. Muitas porque uma a mim não me chega. Em certas perspectivas sou como o amor. Nada me contenta, não é? Acho que já percebes-te que sim. Preciso de vidas humanas, sangue e suor. Assim como ele. Temos semelhanças...
Vou apanhar frio. Necessito de beber oxigénio. Mas não por ser oxigénio, mas sim por ter presente que tu também o inspiras. Talvez nem seja o mesmo. Mas desta vez chega-me a ideia vaga de oxigénio. Pelo menos no casamento das letras, ser igual ao teu. Mas só agora. Acho que estou a entrar em obsessão. Ou provavelmente numa pseudo-obsessão. Mas estou bem assim, muito bem até. Contigo. Sim, eu tenho-te. Ditaste-te a sentença no momento em que levantaste a cabeça e me olhaste nos olhos. Possui-te a alma. Pertences-me. E é mútuo. Também me arrancaste metades. Metades de pensamentos, de achares. Por isso mesmo é que te achei a tal piada. Fizeste o que nunca ninguém fez. Tiras-me de mim. Ou já me tiraste por completo. E olha, sabes que mais? Não quero saber! Adoro estar assim perdida por aí. Á espera de um encontro certo, ou não. Adoro ter a noção que me preenches em parte, ou não. Adoro estar perdida em ti ! ADORO !

Sem comentários:

Enviar um comentário