25.1.11

Hoje sou só eu e o cigarro. Não resisto, confesso. Só vocês me acordam. Não vos resisto. Mutuamente, o cigarro por ti e tu pelo cigarro. Porque quando não te tenho, tenho um cigarro. E só estes sentidos, simples, solitários. Pelo jeito que me arruínam. Aniquilam-me, tão friamente. Belos, tão belos. Pela forma que me fazem desejar-vos. O desejo que me executa. Abate-me. Acho que só estes bens tem o poder de me rebaixar. Porque me tem na mão. Porque eu sou vossa. Só pelo prazer tão feroz que me provocam ao rasgar-me a garganta. O grito que me obrigam por unhas tão espinhosas cravadas na garganta. Já de tanto vos fumar. Porque no fundo, fumo-te porque não te tenho e mato-me, lenta e cruelmente. Assim como o meu nome. Desaparece que nem nicotina. Desapareço. Morro, outra vez. Até amanhã-

1 comentário:

  1. Vânia , pensei que tinhas deixado . Nao deixo de gostar do texto . Escreves de uma maneira que me deixas assim . És linda, Tu e os teus textos (:

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