1.2.11

O Amor é uma espécie de raça pura não é? Faz o que quer, selvagem.Arranca o que quer de todos. Já lhe conheço as passadas antes mesmo de as dar. Por me iludir tão agradavelmente os fraquinhos. Aposto que me seduz nos sonhos, onde de certeza que cedo. Mas um dia eu vou provar-lhe a saliva, vou viciá-lo com o meu sangue e aí vai nadar num mar de estrelinhas brilhantes, mas só por fora. Um dia vou ser eu chamar o Amor, com uma voz de tentação, vou iludir e leva-lo a prazeres infindáveis e vou fazê-lo sentir orgasmos de entusiasmo sempre que pensar em mim. Vou fazê-lo desejar-me como necessidade, vou arrancar-lhe tudo o que conseguir e vou fugir com o seu espírito. Numa noite de Verão escaldante vou levá-lo ao céu, obrigá-lo a gritar até a garganta deixar de viver e deixá-lo. No êxtase. Na mentira. Deixar-lo-ei com o sabor do prazer nos lábio e cravar-lhe-ei os olhos na alma perdida, para nunca se esquecer. Mas isto sou eu. Provavelmente outro deixas-se ficar, tal como um dia ficará ele para mim. Amor